mercoledì 18 febbraio 2015

A respiração no Canto Lírico

A respiração no Canto Lírico

O mecanismo respiratório é uma questão fácil e absolutamente natural, mas quando tal mecanismo é aplicado ao Canto Lírico, tudo deve ser feito com perfeição.

A respiração, juntamente com a flexibilidade total da laringe e o ponto correto de ressonância, é a base para a melhor técnica vocal.

Teóricos mais ou menos famosos complicam muito o assunto, na verdade a maior parte dos alunos possui grandes problemas na emissão, por preguiça respiratória e sobrecarga de tensão em nível dos músculos do pescoço e dos ombros.

A respiração no Canto Lírico é desafiadora, porém não é assim tão complicada!

Seus principais pontos de apoio são o diafragma, os músculos intercostais e os músculos abdominais. Se forem bem usados e coordenando corretamente o total relaxamento da laringe, esses três pontos especiais transformam-se em precioso capital para a arte de cantar.

Analiso agora simplesmente o mecanismo respiratório com bases na minha experiência pessoal, seja como artista, seja como docente.

1) Os pulmões tem uma forma não homogênea e são bem mais amplos na sua base. (abaixo)
Os pulmões são mais largos e reservam mais ar na base.
2) O diafragma está localizado na base dos pulmões (abaixo)

O diafragma, um músculo em forma de cúpula, está localizado diretamente abaixo dos pulmões.




3) Os músculos intercostais, que ajudam diretamente a respiração, são especialmente aqueles das costelas flutuantes (baixas)

4) Os músculos que dão um maravilhoso apoio e controle da respiração são os abdominais (mais uma vez, posicionados da barriga para baixo, isto é em baixo)


Dedução lógica: A RESPIRAÇÃO NO CANTO LÍRICO NÃO PODE NEM DEVE SER ALTA OU NO VÉRTICE, porque o local de melhor eficiência respiratória entre músculos e capacidade pulmonar é toda localizada para baixo.

Como se respira melhor no Canto Lírico?

Inspiração: o diafragma se move para baixo, os músculos intercostais, as costelas e o abdômen se expandem, ajudados pelos maravilhosos foles dos músculos abdominais. Nesta fase, todo bom cantor relaxa completamente a garganta e os ombros, preparando em sua mente a entonação do som vocal, deixando a laringe totalmente livre, e prepara ligeiramente o palato mole para subir um pouco como quando se boceja.

Expiração: o diafragma sobe novamente, os músculos intercostais e o do abdômen se restringem e os músculos abdominais regulam a velocidade de emissão da respiração, sustentando a pressão através do uso de um apoio sábio sobre estes pontos musculares. Nesta fase, o cantor mantém ombros e garganta completamente relaxados, deixa a laringe totalmente livre para mover-se e escorregar e ajuda, com o uso sábio de lábios, língua e palato mole, a projeção dos sons (carinhosamente chamada de “máscara” no jargão do canto lírico), e a boa pronúncia do texto.


Em um mundo cheio de teóricos que analisam técnicas de canto, novas ou arcaicas, talvez seja importante parar para pensar e começar a dar ouvidos a grandes artistas do passado ou a artistas que hoje conseguem mostrar que sabem realmente cantar.

Você iria aprender a tocar violino ou piano com pessoas que não são capazes de tocar realmente bem o seu instrumento? Certamente que não. Então, por que os que não são capazes de cantar, ou pequenos e grandes teóricos deveriam ser chamados de "mestres"? Se a resposta é NÃO, então leiam no apêndice desse artigo alguns interessantíssimos testemunhos de grandes cantores, cujo valor é demonstrado, entre outros, por gravações imortais.
Apêndice: TESTEMUNHOS DE GRANDES CANTORES SOBRE A RESPIRAÇÃO

Lauri-Volpi sobre a respiração e a busca “harmônicos”:
“...eu sempre pensei que a respiração fosse costal-diafragmática, porquê nós temos duas caixas harmônicas, esta e esta, mas se nos limitamos somente a caixa toráxica e esquecemos a caixa craniana não encontramos os harmônicos, é como um piano, se não se usa o pedal, para que serve aquele caixão...”
Extraído de uma entrevista de Celleti e Gualerzi a Lauri Volpi no verão de 1976 no teatro di Busseto

Beniamino Gigli: Fôlego e respiração profunda:
“A primeira condição para cantar, é preciso recordar o ponto máximo, isto é, onde deve-se apoiar a voz, onde deve-se “respirar profundamente”, porque o canto é baseado unicamente na respiração, e é necessário respirar através do diafragma; O Diafragma tem uma grande importância.”
Masterclass de Beniamino Gigli em Vienna, 1955

Carlo Bergonzi sobre a importância do domínio da respiração, fundamento da técnica vocal:
“pude cantar ao lado de grandes tenores como Gigli, Schipa e Pertile. Aos quais, pedia conselhos técnicos nos intervalos:
“Comendador, como o senhor respira para fazer aqueles ataques na zona de passagem?”. E Gigli respondia: “Caro, coloque a mão aqui em cima do diafragma enquanto respiro”. E para me dar um exemplo atacava a primeira frase de “Mi par d’udirancor”. Hoje, existem muitos que dizem: “Sim, mas é a técnica antiga!”. Erram: A técnica é uma só e é baseada no domínio da respiração; é a interpretação em vez, que muda com os anos”.
( Retirado de uma entrevista com Carlo Bergonzi, publicada na revista “MUSICA” em Fevereiro 2009)

Conversação entre Arturo Toscanini e Giuseppe Valdengo:
“Somente o fôlego deve sempre estar na colunacom o som, naturalmente porque se falta o ar, adeus linha de bel Canto!”
(Trecho de “Scusi, conosceToscanini?" Editora Musumeci 1984 p. 77)

Entrevista com Laura – Volpi em Busseto, 12 de junho de 1976:
Disse a Toscanini: “Maestro já são dez vezes que saio e o publico o chama, venha” então saímos mais cinco vezes. Quando a cortina se fechou, me disse: “Escute Lauri Volpi, eu sinto o tempo como o senhor, mas não acreditava que um ser humano tivesse a força de recuperar os fôlegos, de tomar fôlego e chegar com este ímpeto até o fim: acreditava que o senhor fosse explodir”

Entrevista com Giuseppe Valdengo, em Parma, 9/4/1977 na casa de amigos:
O senhor ensina canto. Qual é a primeira coisa que ensina?
<< A respiração: se canta com a respiração. Depois, os vocalizes.>>
É necessário tempo e muita paciência antes de chegar as árias de ópera. Ensino aquilo que sei.

Entrevista com Mariella Devia, 28 setembro de 2010:
“A base técnica do canto éseguramente a respiração; trabalhei duro em mim mesma me escutando, fazendo-me escutar.”

Entrevista com Tenor Ugo Benelli:
“Tem algum conselho para os jovens que estão estudando sobre o que é desejável fazer durante o aprendizado e o que, ao contrário, é absolutamente proibido do ponto de vista técnico?

- O principal é “cantar sobre o fôlego” mas explicar isso é muito difícil. Montarsolo dizia que o corpo deveria ficar como no sono, com exceção do diafragma e da coluna de ar. Bruscantini aconselhava colocar um cinto nos alunos abaixo do diafragma (e ele o fez por toda a vida) para habituá-los a recordar onde deveriam apoiar o ar que é inspirado.  Eu falo de maciez, de ondas do mar que se quebram docemente sobre o rochedo.  Acho que quando se fala de ligar ou de apoiar deve-se pensar em uma escavadeira ou pá que deve coletar algo... e acho que uma posição corporal que tende ligeiramente para frente pode facilmente ajudar para encontrar o apoio correto. Aquilo que não se deve fazer absolutamente é cantar levantando as costas se elevam a cada inspiração, com rigidez corporal e mantendo a cabeça muito levantada, porque vai acabar facilmente na garganta.
A Simionato, durante a gravação de Cinderela, me dizia: “Piccinella, abaixe a cabeça”.
Um conselho que foi muito precioso.
(Trecho do site "operaclick")

Intervista a Luciana Serra
 “... A voz sempre projetada para fora com a boca oval e dando muita importancia a palavra.
A respiração é igual para todos (sopranos, barítonos, tenores, etc.). Todos devem ter as agilidades...” (Trecho do site "operaclick")

Entrevista com Jose Carreras
“A minha impostação técnica é a de sustentar sempre o som através da respiração e nunca fechar a garganta”

A propósito de Luciano Pavarotti:
“No modo de cantar de Pavarotti, nem tudo estava no mesmo nível (por exemplo, as mezzevoci), mas os fundamentos eram muito sólidos: respiração de manual, apoio diafragmático, voz na máscara, “passaggio” do registro correto e como conseqüência, agudos fáceis e estridentes.”
(Alberto Mattioli sobre Luciano Pavarotti no livro “Big Luciano - Mondadori, 2007)

Entrevista com Gabriela Tucci:
“Atualmente, o ensino é uma outra atividade importante na sua vida. Em que se baseia, essencialmente, a sua didática?
Em geral, meu ensino já de imediato exige ao máximo, ou seja, o canto é abordado em seus aspectos técnicos. Insisto na respiração, particularmente mal ensinada hoje em dia”.
(Trecho do site "operaclick")

Entrevista com Bruno de Simone:
Sesto Bruscantini (...)
Me advertiria bem cedo: “saiba que com as tuas características interpretativas, seguramente, te confiarão muito cedo os papéis “buffos” mas, - acrescentava- deverá estar bem ´preparado para executá-los, mantendo tua vocalidade firme e em forma, não somente ágil e rápida. E para isto, deves primeiro aprender bem o canto associado ao fôlego, que é a base para uma emissão vocal correta; caso contrário arriscará tornar-se apenas um falante Buffo!”
(Trecho do site "operaclick")

Palavras de Sonia Ganassi mezzo soprano belcantista de agilidade (sobretudo Rossiniana):<<Sempre fiz e faço exercícios de agilidade usando um controle grande da respiração...com muita técnica vocal...não se faz nada, nenhum som se faz sem técnica, o canto é técnica, o canto é trabalho contínuo e sério sobre o próprio instrumento>>!!!
(Clique aqui para o vídeo)

Luisa Tetrazzini:
(  )“É necessário entender o funcionamento dos pulmões, diafragma e do inteiro aparelho respiratório, pois o fundamento do canto é a respiração e o controle do fôlego.
A respiração baixa no diafragma e não como fazem alguns, em cima, na parte superior do peito. Tenho sempre um pouco de ar reserva para o “crescendo”, empregando somente aquilo que é absolutamente necessário, e retomo o fôlego onde quer que seja o ponto mais cômodo para fazê-lo.

Um cantor deve ser capaz de confiar no seu próprio fôlego, como ele confia na solidez do chão sob os seus pés. Uma respiração trêmula, sem controle é como uma fundação inadequada no qual não se pode construir nada, até que aquela fundação não seja desenvolvida e reforçada, o cantor aspirante não deve esperar um resultado satisfatório.

Jamais se deve fazer alguma pressão na garganta. O som vocal deve ser produzido do fluxo de ar contínuo. Devem aprender a controlar este fluxo de ar, de modo que nenhuma ação muscular da garganta possa interrompê-lo. A quantidade de som é controlada por meio da respiração.”
(trecho de: "Caruso and Tetrazzini on the Art of Singing" – Metropolitan Company, Publishers, New York, 1909)

E agora um vídeo que vale mais que mil palavras, no qual, a divina Montserrat Caballé realiza um exercício pratico a algum dos seus alunos. O mesmo que eu também sempre proponho aos meus (mas quantos deles o praticarão regularmente? ;) )

Boa respiração a todos

M° Astrea Amaduzzi
Belcanto Italiano ringrazia GABRIELA NUNES per aver tradotto l'originale articolo italiano "La respirazione nel canto lirico" in lingua portoghese. 

ACADEMIA NACIONAL DE BELO CANTO ITALIANO ®
ANO ACADÊMICO 2018/2019
Alessandria, (ITALIA), Teatro Parvum

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Curso de alto magistério para docentes de canto

Prazo de inscrição: 10 novembro 2018
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Tel/WhatsApp: +39 347 58 53 253
Email segreteria.belcantoitaliano@gmail.com
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